Eu estava em uma missão, andando de bicicleta para colar panfletos sobre meu último evento de "downgrading" (algo como involuçãotigor 5, em português). "Quer se livrar do seu smartphone?", perguntavam em letras maiúsculas. "Quer sair das redes sociais? Passar menos tempo nas telas?"
Eu trouxe um amigo para segurar a fita adesiva e ficar de olho nos policiais. "Você vai falar sobre a proibição do TikTok no evento?", ele perguntou enquanto eu fixava um panfleto em uma cabine telefônica desativada.
"Que proibição do TikTok?", perguntei. Claramente, eu tinha perdido algo importante.
Escolha seu ZA9BET controleSou uma ativista anti-tecnologia de 29 anos. Recebi meu primeiro smartphone de presente de Natal aos 15 anos e passei a década seguinte sob seu domínio. Mas desisti dele há três anos, trocando por um "dumbphone" —o meu é um Nokia 2780 flip— que faz pouco mais do que chamadas ou mensagens de texto.
ZA9BET Oficial — 5G+ até 10X + Rápido no Celular, Banda Larga de Ultravelocidade e Streaming com ZA9BET TV+ Bônus na...Embora ocasionalmente use redes sociais em um computador para espalhar minha mensagem, geralmente sigo uma política de não rolar a tela. Entro, faço postagens e saio. Não preciso desperdiçar um único segundo a mais nessas plataformas para alimentar a raiva e a convicção por trás da minha missão: tirar as pessoas de seus smartphones.
"Downgrading" é o termo que adotei para descrever essa mudança. Meu objetivo é ajudar outros a fazerem o mesmo. Eles costumam ser céticos. "Não tenho como me localizar sem um GPS" é uma objeção comum. Outras são "preciso usar o FaceTime" ou "preciso registrar o quanto que eu corro".
O "downgrade" é a decisão radical de retroceder em uma era de vertiginoso e quase compulsório avanço. Vi muitas pessoas tentarem reduzir seu tempo de tela, um processo agonizante que requer vigilância constante e autocontrole. Remover a opção por completo, descobri, é a maneira mais segura de sair.
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Há três anos, eu estava tão envolvida com meu smartphone quanto qualquer um. Como influenciadora de arte no Instagram com quase 200 mil seguidores, passava o dia todo online e ganhava todo o meu dinheiro através do aplicativo: vendas de impressões, comissões de desenhos e parcerias pagas com empresas de materiais artísticos.
As redes sociais não fazem distinção entre o pessoal e o profissional. Do meu ponto de vista, o Instagram me deu aquela coisa rara e invejável: uma carreira como artista. Eu não entendia o quanto isso tinha me custado em troca.
Em 2022, enquanto me preparava para a publicação do meu primeiro livro, fui subitamente bloqueada da minha conta. Isso foi uma emergência de carreira: como eu promoveria o livro? Além disso, como venderia minha arte? Foram meses até que eu recuperasse o acesso —a Meta não é conhecida por um atendimento ao cliente responsivo— e, nesse meio tempo, fiquei financeiramente insegura e socialmente isolada. Online, eu era uma figura pública; offline, era anônima, à deriva.
Folha MercadoQuando o TikTok foi brevemente fechado no mês passado, os mais de 150 milhões de usuários americanos do aplicativo tiveram a mesma realização súbita.
A centralidade da plataforma para a conexão humana foi tornada explícita e intolerável. Bilhões de laços sociais foram apagados por forças invisíveis e além do nosso controle. Construímos este mundo online apenas para descobrir que ele não nos pertencia.
fortune tigerAlém disso, nada nas redes sociais nos pertence. Nossa arte, nossas ideias e nossos relacionamentos são reduzidos a dados a serem explorados por corporações de tecnologia, às vezes até usados para treinar modelos de IA.
Não temos backups, também: poucas pessoas ainda mantêm agendas ou listas de endereços, muito menos diários ou álbuns de fotos. Quando perdemos o acesso às redes sociaistigor 5, perdemos o contato não apenas com grande parte do nosso círculo, mas também com nossa história e, de certa forma, com nossas identidades.